Sou só eu, ou há demasiados filmes a serem transformados em musicais?

Já alguma vez pensou como seria The Third Man num musical? Ou A Mulher do Viajante do Tempo? Ou talvez até O Curioso Caso de Benjamin Button? Se vive perto de Londres, não precisa de o fazer. O mesmo se aplica a Sunset Boulevard, Mrs. Doubtfire, Regresso ao Futuro e Brokeback Mountain. As interpretações musicais de filmes são agora um elemento básico no teatro da capital britânica e, claramente, toda a gente quer uma parte da ação.

Pode ver a atração para um produtor do West End ou para uma casa de espectáculos que necessite de lugares sentados na sequência da pandemia. A curiosidade, a nostalgia e o reconhecimento da marca formam uma combinação potente, com uma afeição duradoura pelo original que certamente impulsionará as vendas de bilhetes, sem que se veja. Junte um ou dois criativos com as suas próprias bases de fãs leais – Bryan Adams, por exemplo, ou Dave Stewart dos Eurythmics – e terá um pacote suficientemente intrigante para tentar tanto os cinéfilos como os amantes da música. De tal forma que, provavelmente, terá um bom adiantamento muito antes de ter de enfrentar as penas afiadas dos críticos.

Como antigo crítico de teatro, tem sido interessante ver o meio sobre o qual escrevia ser permeado nos últimos anos por aquele sobre o qual escrevo agora. E se o cruzamento funcionar – como no caso de filmes como AmÉlie, The Band’s Visit e Heathers – pode ser o melhor dos dois mundos. Por tudo isto, não posso deixar de sentir que as incursões do cinema no teatro custaram a este último mais do que ganharam. A propriedade intelectual estabelecida pode ser um negócio inteligente, mas é também uma espécie de muleta – um apoio contra o risco que acaba por sufocar a inovação e a inventividade genuínas.

Antigamente, uma dupla de compositores e letristas como Andrew Lloyd Webber e Tim Rice podia pegar numa ideia aparentemente pouco promissora – a vida da mulher de um ditador argentino, por exemplo – e transformá-la em ouro teatral. Quem apostaria hoje num estreante com um conceito tão estranho? Os filmes e os musicais têm sido grandes companheiros de cama, mas chegou certamente a altura de fazer uma separação experimental. Ou será que sou só eu?

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